O Facebook não protege os escritores: o desperdício do grande potencial da plataforma.
O Facebook tem um enorme potencial para escritores, uma vez que a sua plataforma permite a escrita de textos médios e longos, diferente de outras plataformas voltado para textos, como X-Twitter, por exemplo.
O problema é que copiar textos do Facebook é muito fácil, bastando apenas segurar o dedo na tela por alguns instantes em cima do texto e esperar receber a informação "Texto copiado".
Para quem cria textos médios e longos e poderia fazer do seu perfil um blog, o Facebook é um verdadeiro pesadelo.
Não que o plágio não seja possível em outras plataformas, mas o Facebook facilita demais a prática e não fornece nenhuma ferramenta de identificação ou conscientização para que as pessoas evitem plagiar outras publicações, compartilhando ou, se a pessoa não compartilhar, a própria ferramenta detectar a origem do texto e marcar o autor original, que deverá concordar em fornecer a fonte caso o texto tenha sido tirado de outro lugar da Internet, inclusive, permitindo a linkagem discreta da postagem de origem, sem colocar o link completo, tal como fazemos aqui no blog, que incorporamos o link à informação já dentro do texto.
Em várias ocasiões sofri com esse problema. Após escrever um longo texto, via as pessoas copiando e replicando em seus perfis o meu texto sem o compartilhamento e a devida autoria, causando desgaste e desânimo com a ferramenta e nos colocando na difícil tarefa de sermos os fiscais de publicação, solicitando autoria ou pedindo o compartilhamento direto. Pontua-se que os roubos de conteúdos, o "roubatilhar", é feito majoritariamente por pessoas com amizades em comum.
Amigos começaram a proibir a cópia e ameaçando entrar com recurso contra o plágio a cada final de postagem, tornando a mensagem desnecessariamente hostil, como se o escritor se achasse o lírio do campo querendo proteger suas preciosas palavras, enquanto ele só quer ter seu reconhecimento por algo que ele, de fato, criou.
Só que a realidade é que o texto circula e o autor, que na grande maioria das vezes possui interesse em ser reconhecido pela sua habilidade de escrita, não fica conhecido pelo texto que é elogiado e recebe as honras em outros perfis para outros supostos autores.
Esse é um comportamento típico dos usuários da plataforma Meta. O mesmo problema já foi detectado no Threads, onde as pessoas copiam thread com alto engajamento e postam como se a ideia fosse delas. Há ocasiões em que isso é ok, principalmente, em se tratando de correntes, mas até relatos pessoais são apropriados por terceiros na intenção de angariar curtidas e simpatia do público. Assim como o Facebook, o Threads possui um mecanismo de cópia muito facilitado, proporcionando ambiente perfeito para os que não gostam de dar visibilidade aos outros, mas pegam o que é do outro para si.
O X-Twitter já enfrentou esse problema e, para lidar com isso, tirou a possibilidade de cópia de suas ferramentas, embora seja possível copiar pelo computador e considerando que a maioria dos usuários entra pelo aplicativo, a situação fica controlada.
Diferente de vídeos ou músicas, que é possível identificar o criador e o cantor, o texto é mais impessoal, só possibilitando o reconhecimento de autoria por meio das palavras impressas, mas não há um rosto ou uma digital, já que não contamos sequer com a nossa caligrafia, usando um sistema de escrita padronizado. A identidade da escrita precisa ser declarada na escrita e reconhecida pelos demais. Você pode ler um texto e não ter ideia do rosto que escreveu aquelas palavras, o reconhecendo apenas pelo seu nome.
Certamente, fui deixando de escrever textos no Facebook, e ao almejar a possibilidade de, de repente, colocar os textos do blog lá, já que o Facebook trava a entrega de postagens com links, eu logo desisti, pois sabia o quanto me geraria transtorno ter que ficar solicitando compartilhamento, proibindo cópia e cola e ameaçando de processo por plágio. Há postagens do blog que caberiam muito bem no Facebook, mas a plataforma não me protege, logo, não é um ambiente propício para mim.
Assim, uma plataforma como o Facebook, com uma possibilidade enorme de ter criadores escritores atuando em suas redes, acaba perdendo seu potencial, se reduzindo a ser uma ferramenta de geração de memes e postagens vazias.
Realmente, uma pena!
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