Lula x Trump e a Ascenção do BRICS. Entenda:

Se você está tentando entender a fundo essa questão envolvendo a tarifa de 50% imposta por Trump ao Brasil, eu vou te contar o que realmente está por trás de tudo isso.

Aconteceu entre os dias 4 a 7 de julho de 2025 na cidade do Rio de Janeiro, o fórum da cúpula do BRICS aqui no Brasil e junto disso, temos um deputado nos EUA tramando contra a nação brasileira, o Eduardo Bolsonaro, servindo de espião para os estadunidenses e tentando forçar um apoio à candidatura do seu pai, Jair Bolsonaro, que está inelegível aqui no Brasil, logo, não poderá participar da eleição no ano que vem.

Não é de hoje que Donald Trump está incomodado com o BRICS que se mostra uma potência econômica de países em crescimento e coloca em risco a soberania dos países G7, entenda-se, EUA.

Na gestão do Jair Bolsonaro, a participação do Brasil no BRICS foi completamente ignorada, pois, como é sabido, Jair, como bom entreguista que é, batia continência para a bandeira estadunidense e não para a sua própria, ou seja, seu desejo era ser reconhecido pelo Trump, seu ídolo. Foi assim, por exemplo, que ele acabou negligenciando as medidas sanitárias no Brasil com relação à COVID-19 e que acabou desembocando na morte de 700 mil brasileiros; mas isso só ocorrei depois que o Trump chamou a COVID-19 de gripezinha, porque, para quem não lembra, assim que saíram as notícias de que haveria uma pandemia em escala global, Bolsonaro estava seguindo corretamente os protocolos, mas, para agradar a ala trumpista, o presidente do Brasil virou as costas ao próprio povo e foi o maior responsável em piorar o acesso às medidas sanitárias, promovendo aglomeração, não agilizando os processos de repasse de materiais aos hospitais, desprezando a vacina e receitando medicamentos sem eficácia para seus eleitores. Informo aqui que se Bolsonaro tivesse única e exclusivamente feito uma boa gestão da pandemia, seguindo e cumprindo os protocolos, teria se reeleito de lavada no primeiro turno e eu, enquanto alguém que tinha em vista um candidato e trabalhou na campanha dele, garanto com muita tranquilidade que o responsável por perder a eleição foi o próprio Bolsonaro e suas patacoadas enquanto gestor.

Logo, Bolsonaro é o presidente do Brasil dos sonhos de Trump: servil, obediente e que nunca irá lhe confrontar, pois sabe que está diante de um menino deslumbrando tirando fotinho com o herói favorito.

Mas não é assim com Lula!

Eu não votei no Lula, porque ele não apresentou nenhum projeto de gestão, usando apenas a polarização como ferramenta de campanha e eu não sou o tipo de eleitora que vota às cegas. 

Porém, se ele tivesse dito em algum momento que iria retomar as negociações com os BRICS, essa única coisa teria me feito votar nele, pois, se tinha algo que mais me incomodava entre todos os incômodos da gestão Jair, foi o fato de o Brasil estar perdendo a oportunidade histórica de conduzir o maior bloco econômico que surgiu nas últimas décadas, visto que esse B do BRICS é de Brasil e é, inclusive, a ex-presidente Dilma Rousseff quem está a frente do Banco BRICS.

O BRICS não coloca apenas em risco a hegemonia do G7, como pode desvalorizar o dólar que vem desde o século passado sendo a principal moeda de transações internacionais e a principal força das pressões estadunidenses contra seus desafetos. Assim, como o dono da bola, os EUA aplicava sanções aos países que queria pelas desculpas mais esfarrapadas e punia os que não cumprissem com as sanções. 

Não é apenas uma questão econômica, é uma questão de poder! O poder bruto, o hard power, tal como ele é. Fazer o que quer e obrigar os outros a obedecer.

E eis que surge o BRICS como um bloco econômico que pretende criar moeda própria e, com isso, não apenas descentralizar a força do dólar, mas também tirar o poder dos EUA.

Obviamente que os EUA não quer isso e as ameaças começaram.

Em uma carta enviada à Lula, Trump cita a situação de inelegibilidade de Jair Bolsonaro como sendo uma vergonha e anuncia tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros.

A resposta não veio apenas por meio do povo que inundou as redes sociais de Trump mandando ele cuidar da vida dele (afinal, é do nosso entendimento que o golpe de 8 de janeiro teve como raiz a tentativa de golpe nos EUA no Ataque ao Capitólio após a derrota de Trump em 2020 e que se o judiciário estadunidense fosse sério, Trump estaria respondendo pelos seus atos, não seja por isso, opinião nós também temos), como também veio por meio do Agro que se posicionou a favor do país para que o Brasil retaliasse o tarifaço à altura e colocasse em vigor a Lei da Reciprocidade Econômica em que o Brasil responde a qualquer medida imposta com medida igual.

Trump, a fim de promover conflitos internos, usou da figura de Bolsonaro e aproveitou ainda para usar o cenário preparado por Elon Musk atacando também o Ministro Alexandre de Moraes, caso, inclusive, que já citamos aqui no blog.

Que não haja iludidos: Trump está pouco se lixando para a família Bolsonaro, porém, irá usar como ferramenta para desestabilizar a situação no país, usando as táticas de Bannon de inflar as redes sociais e causar desiquilíbrio interno. Há outro motivo por trás disso também: Trump quer sempre estar em evidência, enchendo os tabloides com seu nome... mais uma tática Bannon de se manter em visibilidade e, com isso, por bem ou por mal, fazer com que as pessoas falem sobre ele (ora, se eu não estou falando dele, não é mesmo?).

Trump está preocupado com o BRICS e como isso irá afeta a moeda e influência estadunidense. Ele está pouco se lixando para Bolsonaro e Moraes e apenas usa isso como forma de ataque barato!

COMO A RETALIAÇÃO DO BRASIL AFETA OS EUA

O Brasil exporta café, suco de laranja, produtos e aqui, o principal: petróleo bruto!

Taxando os EUA em 50% de volta, essa condição piora a situação interna estadunidense que já vem sofrendo impactos econômicos devido ao alto custo de vida. O combustível por si só gera um efeito dominó quando aumenta, uma vez que para que os produtos cheguem às prateleiras, precisam ser transportados e esse valor acaba sendo repassado ao consumidor final. 

TARIFAS USADAS COMO CHANTAGEM

A tática dos EUA é usar as tarifas para chantagear outros países. Após tarifar o Brasil, Trump anunciou tarifas de 30% ao México e à UE. Porém, os EUA, apesar de um país territorialmente grande e com uma quantidade razoável de população, 340,1 milhões de habitantes, não deve se esquecer que só um dos nossos parceiros comerciais que compõe o BRICS possui 1,411 BILHÕES de habitantes e em crescimento econômico e tecnológico forte e robusto.

Os EUA podem espernear como for, mas se não souberem ser estratégicos e simplesmente baixar a bola e começar a fazer uma política externa inteligente, vão ficar para trás. Os tempos da colonização acabou e há muito tempo que as ações de EUA e aliados vem provocando incômodos nas nações mundo afora.

REAÇÃO DO BRASIL

O Brasil é uma nação igualmente gigantesco com dimensões continentais, ficando em 5º lugar na lista de país com maior tamanho territorial ficando atrás dos EUA que está em 4ª lugar.

O presidente Lula até o momento não não mostrou interesse em negociar, até mesmo porque as condições são totalmente inviáveis, pois assuntos domésticos e não há o que negociar quanto a isso. Ora, o próprio Lula ficou anos preso, ele realmente não vai dar anistia a ninguém e isso é inegociável. Lula respeitou os ritos do judiciário e foi preso e foi solto de acordo com as leis nacionais. Trump não tem moeda de barganha contra aqueles que cumprem nossas leis, versus aqueles que não cumprem.

Ao invés disso, Lula está procurando novos parceiros comerciais pelo mundo e já há algum tempo que tem avançado bastante diversos acordos comerciais com a China. Se os EUA quer interferir dizendo que vai piorar as relações comerciais ao invés de trabalhar de formas que visem beneficiar ambos os países, é o risco que eles estão pagando para ver. Não só não houve do presidente nenhuma intenção em negociar quanto a isso, como a oposição está a favor da decisão do presidente. Os assuntos internos são os nossos, não dos outros para interferirem dessa forma e com motivos torpes.

CONSEQUÊNCIAS PARA OS BRASILEIROS

O café vai ficar mais barato!