Dica, Sua Linda
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Imagem gerada pelo Gemini. |
Compartilho com vocês a minha trajetória de autocura na expectativa de que isso possa ajudar quem precisa. Assim como eu fui ajudada por tantos outros desconhecidos em tanto lugares improváveis, gostaria de ser eu também essa desconhecida e ser esse blog um lugar improvável para alguém.
O QUE ME LEVOU A FAZER ESSA MEDITAÇÃO: UM POUCO DA MINHA TRAJETÓRIA
Hoje, vou sugerir uma meditação de autocura que fiz uma vez e que me fez tomar de maneira mais consciente as rédeas das minhas emoções, sentimentos e pensamentos.
Quando a gente não domina nossos pensamentos e sentimentos, eles dominam a gente. Essa foi a lição mais importante que eu aprendi na minha vida.
Depois de uma Síndrome do Intestino Irritável que me colocou em uma situação de looping infinto, pois se comia, passava mal, se não comia, não conseguia fazer coisas do dia-a-dia, aí comia e passava mal, não comia e passava mal, comia passava mal.. As sinapses totalmente afetadas, era difícil manter uma conversa casual. Eu estava no limbo. Não conseguia comer, a comida se transformava em veneno, causando dores excruciantes na região abdominal. Sem comer eu passo mal, quando como passo mal... a minha saúde mental precisa melhorar para amenizar os efeitos da Síndrome, mas a Síndrome não me permitia sair de casa. Foram 5 anos praticamente em casa ou em locais seguros, porque se me desse vontade de ir ao banheiro, eu precisava ir imediatamente. E assim, anos perdidos, graduação atrasada, vida social zerada. Empaquei na vida! Mesmo com acompanhamento médico, não tinha saída, era uma busca de autoconhecimento. Eu precisava saber que comida me fazia mal, quais eu podia comer, quais não. Imaginem você que o ovo foi por muito tempo o vilão mascarado dessa situação. Já viu pobre não poder comer ovo? Esse foi o auge! Mas não dava. Coloquei a culpa em todos os outros alimentos, nunca imaginei que o culpado era o ovo. As dores abdominais causadas pelas gases quando eu comia ovo não me permitiam ficar com o corpo ereto, eu me contorcia. As vezes em que quase desmaiei de dor foram muitas. Por isso, sair passou a ser inviável. A vida ficou cinza essa época.
No meu processo de autocura, o autoconhecimento.
Essa fase foi terrível na minha vida. Mas eu precisei passar por esse inferno para ser uma pessoa com maior domínio de mim. Percebo hoje que eu consigo dominar melhor minhas emoções e lidar com as tristezas da vida. A perda da Sunshine e a violência com que a situação aconteceu, fosse em outra época, teria me destruído. Eu consegui manter o autocontrole e me permitir vivenciar meu luto e minha derrota. A gente precisa compreender que a vida requer doses de paciências. A tragédia uma hora vai bater na nossa porta e a gente precisa estar preparado para lidar com ela. Eventualmente ela chegará... mas chegarão também os dias em que valerá muito a pena estar vivo e por esses dias, a gente segue vivendo. Sejamos os heróis da nossa trajetória. Só nós somos capazes de salvarmos a nós mesmos!
Um dia, deitada para dormir, eu convoquei a mim mesma e comecei o processo.
MEDITAÇÃO e AUTOCURA
Tome seu banho relaxante, coloque sua roupa de dormir ou fique pelado se você dormir sem roupa. É opcional colocar uma música de frequência de meditação, mas você acrescentar uma trilha sonora para a sua jornada interna, se assim lhe apetecer. A música irá te ajudar a relaxar e a liberar as emoções. Evite músicas com letras, pois elas irão atuar na sua memória afetiva e podem acabar te desconcentrando do processo.
Deite na sua cama com a barriga para cima e coloque as duas mãos em cima do seu peito. Segure a sua mão, como se você estivesse segurando a mão de alguém. Nesse momento, você será o seu próprio guia.
Respire profundamente. Pensa no oxigênio entrando na corrente sanguínea e passando por todo o seu corpo. Pense no seu corpo com carinho, lembre de cada pedacinho dele, seu corpo que tem feito tudo por você, sempre te levando para lá e para cá pede também um pouco de atenção. Agradeça seus membros e órgãos: obrigada pés por sustentarem todo o corpo, obrigada mãos por sempre serem as responsáveis pelos meus afazeres, de lavar a privada à mexer no celular, obrigada por tudo que você faz...obrigada olhos por me guiarem mesmo quando na escuridão" e vá fazendo isso com todas as partes do seu corpo. Continue agradecendo seus órgãos: "obrigada coração pelo sangue em minhas veias, obrigada fígado por aguentar minhas bebedeiras". Tenha bom humor, não tem problema rir. Você está sendo companhia para você mesmo. Seja poético, seja engraçado, seja espontâneo. Seja o que a sua essência é e se permita ser a sua essência com você mesmo.
A partir de agora, entraremos na zona sensível: na mente.
Todos nós temos vários egos, certo? Dentro da nossa mente se apresentam as várias formas da nossa personalidade, certo? Dentre essas personificações das personalidades que representam as nossas mais variadas nuances, há um EGO SUPERIOR. Ele é o Boss, o Chefe. O seu Ego Superior, o chefe da coisa toda, irá convocar todos os egos para uma reunião. Visualize uma sala branca e todo mundo sentado em círculo. Você irá convocar a todos eles e irá conversar com eles.
Converse com o seu eu preguiçoso e negocie com ele as condições para que ele não atrapalhe o seu desenvolvimento. Converse com os eu sarcástico e diga para ele que essa máscara só está machucando a nós mesmos quando velamos nossas intenções maliciosas e atacamos outros na intensão de nos sentirmos melhores. Diga para o seu legal que ele está fazendo um excelente trabalho e que eles precisa aparecer mais. Fale para o seu inseguro que as pessoas estão vivendo suas próprias angústias e inseguranças, logo, não tem porque se preocupar com opiniões alheias e que está tudo bem, todo mundo é imperfeito. Diga para o seu esforçado e diga que ele precisa se impor, porque dele demanda o futuro de todos os eus e nós temos sonhos a realiza...
E assim por diante, vá conversando com as suas várias nuances. Converse com todas que você se lembrar.
Em dado momento, você vai perceber que nem todo mundo está ali.
Porque você os colocou em um lugar escondido. Ou para protegê-los, ou para proteger aos outros egos.
Eles estão presos em um lugar escuro, confinados, porque é só ali que eles podem ficar. Afinal, quando eles aparecem, eles fazem um verdadeiro estrago, não é mesmo?
Vá até a prisão onde você escondeu o seu raivoso. Abre essa jaula. Se aproxime do seu eu raivoso, o abrace e diga: já está tudo bem, você não precisa mais ficar aqui. Eu ainda preciso de você para me proteger em determinadas situações, porque a apatia em momentos de indignação também não é saudável, então, vamos trabalhar junto para que a gente possa usar a raiva quando ela precisar ser usada e de maneira saudável e com sabedoria. Abrace a o seu ego raivoso. Escute ele! O que ele está te dizendo? Qual é a indignação dele? Escute e acolha... Escuta e compreenda. O seu eu raivoso também precisa ser ouvido. Quando a conversa acabar, leve o seu eu raivoso para a sala branca onde estão todos os eus. Faça a raiva pedir desculpa, faça os outros eus acolherem o eu raivoso. Faça as pazes com você mesmo.
Em um outro lugar, está o seu eu triste. Esse que você colocou um enorme muro para que ninguém o visse. O seu eu triste ainda chora. Você deixou ele lá sozinho, porque você também não sabia como ajudar o seu eu triste, então, você apenas o escondeu. Resgate o seu eu triste, peça perdão por deixá-lo ali só, chore junto com a sua tristeza, ouça a sua tristeza. Você não podia estar lá, porque não tinha como ajudar e o muro que ergueu foi para que a tristeza pudesse ficar em um lugar reservado, mas que ao invés disso, ela só ficou cada vez mais e mais solitária. E quando o sofrimento era muito grande, o mudo não era suficiente e afetava todos os outros egos, porque esconder a tristeza não adianta, porque quando a tristeza vem, ela não vem sozinha, ela vem com todas as outras tristezas acumuladas e é por isso que importante deixar a tristeza junto com os outros egos, porque é nesse momento que todos precisam acolher a tristeza. Abrace o seu eu triste, chore com ele, peça perdão, deixe-o contar todas as vezes, relembre, chore! As lágrimas purificam a alma e por isso que é tão importante chorar. Apenas deixe as lágrimas escorrerem, purifique-se de toda essa angustia, deixa sair. E quando você tiver satisfeito de chorar, sorria! E leve o eu triste para a sala branca, onde estão todos os outros eus, e peça que todos abracem a tristeza, mesmo que isso doa, afinal, a solidão da tristeza também dói.
Falta mais um.
Um que ficou no passado. Um que viveu o mundo aqui fora. O que era o que você se tornou. Está na hora de conversar com o seu eu criança.
Possivelmente, a conversa mais difícil que você terá. O seu eu criança foi abandonado quando você cresceu? Independente da sua reposta, chame o seu eu criança. É possível que seu eu criança esteja brincando sozinho em campos verdes ou sentado sozinho encolhido encostado em uma parede. Há quanto tempo o seu eu criança não recebe uma visita sua? É muito importante visitar a sua criança interior, você deve satisfações a ela, sabia? Conta para ele o que vocês se tornaram, as histórias, as aventuras, as paixões, como, apesar das adversidades, até que vocês estão indo bem. Se porventura, o seu eu criança estiver sozinho e isolado, chorando baixinho, pegue o seu eu criança no colo, diga que está tudo bem, que você já é adulto e que agora você já pode proteger o eu criança e que não há mais motivos para ter medo, que você está lá para ele e que você não vai mais deixá-lo só, a partir de agora, vocês vão ficar sempre juntos. Abrace a sua criança em seu colo, beije sua bochechas e testas, afague seus cabelos, acolha, acolha e acolha, diga que está tudo bem, que não foi sua culpa nada, nem as notas baixas, nem o mal que alguém lhe faz e você não pode se proteger, você era apenas uma criança... uma criança. Mas agora está tudo bem, que a sua criança interior já está em lugar seguro para poder ser criança e que você está lá por ela. Leve a criança para a sala com os outros eus, que todos fiquem feliz por ver aquela adorável criança... a criança sempre ilumina o ambiente. Que ela seja abraçada e acolhida por todos os eus.
Finalmente, com todos reunidos na sala branca, conversem, discutam, riam, se abracem, bebam um café ou uma bebida refrescante, joguem conversa fora. Faz a social com os seus eus, tenha prazer com a sua companhia, porque é aquilo, onde você vai, você está, então, quanto melhor for a sua companhia para você, melhor você vai se sentir consigo mesmo.
E simplesmente adormeça.
RECOMENDAÇÕES
Repita esse processo, até você achar que já resolveu com todo mundo dentro de você.
Faça meditações com regularidade, porque você precisa estar sempre vigilante para averguar se os seus eus não estão saindo do controle. Visite-os, converse com eles, brinque com eles, esteja lá por eles de maneira consciente.
Com o tempo, você vai perceber que começou a dominar a si mesmo e vai ser aí que você vai ter a total compreensão de que se você não domina os seus sentimentos, eles dominam você. Mas agora, você está no controle, você é o Boss, é que manda! Bota ordem na casa!
INSPIRAÇÃO
Eu me inspirei para fazer essa meditação assistindo Naruto. Quando o Naruto vai treinar com o Killer Bee para aprender a dominar a Kurama, a besta de 9 caudas que habitava dentro dele e sugava sua energia vital, além de ser um risco para os demais ao redor do Naruto (a Kurama aqui representando o lado sombra da nossa psique), ele precisa enfrentar a ele mesmo. Eu nunca tinha pensado nisso, no quanto eu precisava confrontar a mim mesma para poder dominar as minhas nuances. A gente gosta de renegar o que temos de ruim dentro da gente. Mas é justamente por renegar que mais ficamos suscetíveis à esses pensamentos ruins que acabam virando ações prejudiciais. Nós somos feitos de luz e sombra, somos yin e yang, e um não sobrevive sem o outro. Seu lado mais explosivo evita que as pessoas abusem de você e da sua boa vontade e boa fé; o seu lado mais antipático às vezes entra em cena para te proteger de alguém que você, por alguma razão, sentiu que não te faria bem e por aí vai. Logo, a gente precisa ter sabedoria para lidar com as nossas nuances nos momentos apropriados. Ser alegre é algo bom, mas no lugar errado e no momento errado, pode ser uma inconveniência; ser simpático demais pode trazer pessoas erradas para a nossa vida e isso nos afetar, por isso precisamos nos conhecer para saber como lidar o porque não gostamos de alguém, foi a implicância pela implicância? Minha antipatia tem razão de ser, essa pessoa fez algo para mim? E assim, vamos nos domando e dominando.
Precisamos respeitar nossos momentos e sentimentos. Veja a natureza: nem todo dia o dia está lindo e está tudo bem. Às vezes o dia está fechado, dia vira noite, porque a natureza também precisa do seu lado sombra, ela também precisa se purificar... é necessário, portanto, respeitar os ciclos e aprender com eles e aceitá-los. Sejamos gentis com a gente mesmo.
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