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A Colmeia: O Início - Capítulo 33.
Para nós mulheres, nunca houve um armário.
Podia ter o debate sobre "diversidade" que fosse, as mulheres, nascidas mulheres, sempre ocupavam plano de fundo.
Por mais que a situação política ficasse extrema...
Os homens nascidos homens sempre tinham um armário para voltar.
As mulheres nunca tiveram essa opção.
Pelo percurso da história da humanidade, fomos tratadas como mercadoria de trocas em casamentos, consideradas um estorvo pelas nossas famílias que ou nos entregavam ainda meninas a um casamento com um homem de qualquer idade, ou nos vendiam como servas.
Se éramos muito inteligentes, éramos bruxas e nos queimavam.
Se fossemos bonitos, violavam nossos corpos para serem transformados em corpos à venda.
Se fossemos feias também.
Éramos espólios de guerra.
Ai, das mulheres das nações fracas ou perdedoras.
Ai, de nossos filhos, ai de nossos ventres.
Nunca houve um armário para nos escondermos.
Nunca houve um armário para voltarmos.
Ser mulher, nascida mulher, é uma condição eterna!
Nos violar significa um verdadeiro afrontamento ao divino.
Nós que somos geradoras de vida.
Não há graça divina maior que essa.
E, ainda assim, a nossa própria prole se volta contra a divindade que representamos.
Não há pecado maior que violar uma mulher, quem quer que seja.
Seja sua mãe, seja uma desconhecida.
Somos todas mães de todos!
Malditos aqueles que nos sobrepujaram por toda a história da humanidade.
Agora, tivemos nossa vingança.
A vingança divina!
Deus poupou Noé, mas o deixou sem vigilância e com isso a sua descendência decaiu de imediato.
Nós até poupamos homens, é verdade.
Porque eles provaram seu valor muito antes e não porque juraram mudança depois e foram incapazes de cumprir.
Cumpriste a promessa que não cumpriram a você, não é Deus?
Ah, Deus, Você errou!
Nós consertamos o seu erro.
Diário da Anciã. Parte 33.
------ Fim do Capítulo 33 de "A Colmeia: O Início".
Plágio é crime previsto pela Lei 9.610/98 e medidas cabíveis serão tomadas em caso de apropriação indevida.
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